O governo da Venezuela advertiu na terça-feira (26) que vai rever suas relações com os países do G7, depois que os chanceleres de Estados Unidos, Canadá, Itália, Alemanha, Reino Unido, Japão e França consideraram o opositor Edmundo González Urrutia vencedor das eleições de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato, mas sem a apresentação dos resultados detalhados da apuração.
“O povo venezuelano tomou uma decisão clara nas urnas: votou por uma mudança democrática e apoiou Edmundo González Urrutia por uma maioria significativa, segundo os registros eleitorais disponíveis publicamente”, manifestaram os chanceleres do G7, após uma reunião de dois dias na Itália.
A Venezuela rejeitou “categoricamente o pronunciamento” do G7, considerando “absurda” as afirmações do grupo. “Tentam, a partir do complexo colonialista e imperialista, preparar o terreno para não reconhecer as instituições e decisões do povo venezuelano”, expressou o Ministério das Relações Exteriores. O país vai “revisar de forma integral sua relação com cada um dos governos que compõem esse grupo, porque o respeito à soberania nacional não é negociável”, acrescenta o comunicado de Caracas.
Opositor desafia Maduro
González afirmou que “a Constituição venezuelana só permite um presidente. “Eu sou quem tomará posse em 10 de janeiro”, afirmou. Desde setembro, o ex-diplomata que enfrentou Maduro nas urnas está asilado na Espanha, para onde fugiu após ser pressionado pelo governo chavista. No entanto, ele não deu detalhes sobre como entrará no país, nem como será a suposta celebração.
González afirmou que poderia dialogar com o governo para que o atual chefe de Estado declinasse do poder em prol da oposição. “Sempre há espaço para uma saída pacífica e negociada”, afirmou o ex-diplomata a uma rádio colombiana.