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O conceito de capital cívico tem sido subestimado nas discussões sobre progresso sustentável. Embora se fale muito de capital financeiro, tecnologia e infraestrutura, o progresso econômico, social e ambiental depende profundamente da cooperação entre cidadãos, instituições e governo, sustentada pela confiança social.

A confiança é a “moeda” central do capital cívico. Sociedades com altos níveis de confiança são mais estáveis e sustentáveis. O economista André Lara Resende defende que o fortalecimento do capital cívico é essencial, pois amplia a capacidade de cooperação e o funcionamento das instituições.

Da mesma forma, Robert Putnam, autor de Bowling Alone, destaca que a falta de interação comunitária e a individualização das sociedades enfraquecem o tecido social, comprometendo cooperação e participação ativa.

Francis Fukuyama também enfatiza, no livro “Trust: The Social Virtues and the Creation of Prosperity”, que a confiança social é essencial para a prosperidade. Países como Suécia, Dinamarca, Canadá e Japão são exemplos de sociedades em que o capital cívico contribui para empreendedorismo, inovação e coesão social.

Engajamento comunitário e colaboração entre diferentes setores promovem uma cultura de confiança e ação coletiva.

A ausência de capital cívico compromete até mesmo políticas públicas bem elaboradas. Elinor Ostrom, Nobel de Economia, mostrou que redes locais com laços de confiança oferecem soluções para problemas sociais e ambientais muitas vezes mais eficazes do que abordagens centralizadas.

Além disso, capital cívico fomenta a inovação social. Negócios de impacto, projetos colaborativos e parcerias público-privadas prosperam em contextos em que há cooperação comunitária. Governos transparentes, que promovem diálogo com a sociedade civil, e espaços para participação ativa são fundamentais para o fortalecimento desse tipo de capital.

Desenvolvimento vai além de crescimento econômico: requer confiança, cooperação e ação coletiva. O capital cívico é motor de um progresso verdadeiramente inclusivo, que fortalece a democracia, facilita a inovação e promove equidade.

Construir uma sociedade mais resiliente exige o compromisso coletivo de cidadãos, empresas e governos para nutrir relações baseadas em confiança e cooperação.


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