Essa coisa que ele gosta de demonstrar certo ascetismo, uma espécie de uma vida monástica, dura, essa coisa meio pureza, o sujeito que se veste de qualquer maneira. Isso tudo é conversa mole, isso aí é um tipo político. É um tipo político e também pode ser uma questão de gosto. O fato de a pessoa ter mau gosto não quer dizer que ela esteja qualificada moralmente.
Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Segundo Reinaldo, Bolsonaro tenta ‘colar’ em história do Lula, mas os dois não são iguais.
Ele [Jair Bolsonaro] não é o Lula. Ele gosta de colar a história dele a história do Lula, mas ele não é o Lula. O Lula teve, ele já disse isso várias vezes, e é verdade, vários países ofereceram refúgio ao Lula quando estava claro que ele ia ser preso.
O Supremo, inclusive, teve uma previazinha da prisão, quando o Supremo nega o habeas corpus preventivo para ele por 6 a 5, ele obviamente ia ser preso. O Sérgio Moro ia decretar sua prisão em seguida. E decretou. Foi oferecido ao Lula a chance de se refugiar. Eu conheço alguns petistas que defendiam essa saída. Diziam que o Lula se refugia, e a gente faz a resistência aqui dentro. O Lula continua em contato com os brasileiros.
Aí o Lula disse, não, não porque eu sou inocente. Eu não vou entrar na questão da inocência. Sim, foi condenado sem prova. Isso foi. Aquela sentença do Sérgio Moro não serve para catar lixo. É um sofrimento aquilo. Foi condenado sem prova, mas o Lula falou, vou para a cadeia. E lá ficou 580 dias. E saiu de lá praticamente para a Presidência da República.
Saiu e estava claro que ia ser candidato. O Bolsonaro não é desse tipo. O Bolsonaro é um folgazão. Ele não é o tipo disciplinado. Ele não era nem no exército. Se a gente pegar as observações que seus superiores faziam sobre ele, davam conta justamente de um sujeito relapso, ambicioso demais, que não tinha raciocínio lógico. Isso tudo está lá. Era uma liderança negativa, diziam eles, excessivamente preocupado com grana… Isso era o desempenho dele no Exército.
Reinaldo Azevedo, colunista