Mas foi depois de uma crise daquelas que quase os levou ao divórcio – será que esse casamento me faz feliz? – que os dois mudaram o que deu para encontrar tempo a se dedicarem um ao outro.
Foi um processo longo, sem certezas, intenso, mas que acabou fluindo, a vida se encaixando, as trocas voltando, o sexo acontecendo, as individualidades preservadas, o fortalecimento do projeto comum. Voltaram a tirar sarro um do outro, ao que parece, segundo pesquisas, um indicativo de intimidade e felicidade no relacionamento.
Naquele dia, ela se deitou as 20h e se levantou as 21h30, pouco antes de ele chegar em casa, um jeito de se manter viva até a meia-noite. Encheu a banheira e foi cuidar do que a noite ainda lhe reservava, uns e-mails para enviar, o cachorro para alimentar.
Quando ele chegou, não tinha uma cena montada, com ela nua, esbanjando sensualidade. Ela estava era um tanto sonada, de roupão, a cara amassada, resolvendo coisas no andar de baixo. Ele subiu. Deu 20 minutos e lhe enviou uma foto, já com o corpo amolecido, em meio a espuma, pedindo que ela não demorasse. Quando ela finalmente subiu, com uma taça de vinho na mão, avistou o cenário da meia luz no banheiro, a vela que ele acendeu, a playlist romântica sensual, o que lhe agradou o coração.
Ficaram ali naquela imersão de água quente, falando sobre o dia, os projetos, tocando com delicadeza o corpo um do outro, um carinho leve nas pernas, nos antebraços. Cantaram juntos a letra de várias músicas, enquanto relaxavam.
Não havia um tesão explosivo, a obrigatoriedade de fazer sexo, muito embora já estivessem há uns 5 dias sem transar.