Minoritária no Congresso, a oposição saiu fortalecida do episódio (da mudança e posterior recuo do governo nas regras de fiscalização das transações por Pix), e admite que voltará ao tema para criticar o governo quando o debate da reforma do IR estiver no Congresso.
Está claro, portanto, que os assuntos, embora não devam ser debatidos formalmente em conjunto, irão se misturar no debate político. Os temas são extremamente sensíveis à população e, portanto, sempre terão grande repercussão pública.
Em meio à crise, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta separar os assuntos. Na coletiva de imprensa que deu nesta quarta-feira sobre a revogação da instrução normativa do Pix foi questionado sobre a reforma da renda, e disse que esse seria tema para outra entrevista.
A Fazenda trabalha para finalizar as medidas da reforma da renda, que incluem a isenção para quem ganha até R$ 5.000. A grande questão é que para promover a isenção, será necessário tributar no andar de cima, sendo que a ideia atualmente na mesa é tributação mínima de quem ganha acima de R$ 50.000.
O Congresso já vem mostrando grande resistência a aprovar qualquer aumento de tributo, mesmo sobre os mais ricos. Com o episódio do Pix, o debate tende a ficar ainda mais interditado.