Não por acaso, Lula já passou a incluir o debate das redes digitais em várias de suas conversas com líderes estrangeiros. Na semana passada, o tema foi tratado tanto em um telefonema com Emmanuel Macron, da França, como com Antônio Costa, o novo presidente do Conselho Europeu.
Sabotar palco de Lula em Belém
No plano doméstico e internacional, outro cenário do governo Lula é de uma eventual estratégia de Trump, aliada com o bolsonarismo, para sabotar a Conferência do Clima, que ocorre no final do ano em Belém, a COP30.
Trump pode anunciar a retirada dos EUA do Acordo do Clima de Paris, o que esvaziaria a cúpula no Brasil. No Itamaraty, a percepção é de que esse não seria um cenário inédito, já que o americano já fez exatamente esse movimento em 2017. O mundo se uniu para salvar o acordo, e as metas continuaram a ser negociadas. Agora, a previsão é de que a mobilização global seguiria o mesmo caminho.
Uma vez mais, o desafio é a existência de uma tradução doméstica para a operação de Trump. Para o final de 2025, a extrema direita planeja realizar uma cúpula paralela na Amazônia, possivelmente em Manaus, para reunir os principais líderes ultraconservadores.
Disputa com China
Não se descarta ainda no governo que Trump coloque pressão sobre o Brasil diante da aproximação que existe entre Lula e a China. A nova administração americana tem em Pequim seu grande foco de preocupação, e conter seu avanço na América Latina é considerado estratégico.