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Nessas primeiras semanas de 2025, me peguei refletindo bastante sobre decisões e políticas (públicas e privadas) que promovem o retrocesso de medidas de proteção aos direitos humanos.

Pensei no impacto de declarações e ações de governadores e prefeitos brasileiros que sustentam posições condenáveis por colocarem em risco princípios e direitos constitucionais como vida, liberdade e igualdade.

Neste país que concentra o maior contingente mundial de pessoas negras fora da África, qual é a mensagem transmitida à sociedade quando o governador do estado de Santa Catarina destaca como uma qualidade a pele branca de 80% da população de Pomerode (IBGE), considerada a “cidade mais alemã” da federação?

Ou quando o prefeito do Rio de Janeiro, capital majoritariamente autodeclarada negra (são 3 milhões de pessoas, pelo IBGE) e endereço do cais por onde chegou a maioria dos africanos traficados como escravos para as Américas (Valongo), revoga a lei (8.205/2023) que proibia a manutenção e instalação de homenagens a escravocratas e eugenistas?

E o que pensar quando o prefeito da maior cidade do país (São Paulo) nomeia um homem branco denunciado à ONU por racismo institucional para comandar a Secretaria de Segurança Urbana da capital do estado onde as mortes pela polícia, em 2024, aumentaram 65%?

O Brasil inteiro está careca de saber que o racismo está na origem dos maiores problemas nacionais, a começar pelas desigualdades extremas. Pretos e pardos são as vítimas preferenciais da miséria, da violência, do analfabetismo, do desemprego, da fome, dos flagelos em tragédias ambientais e têm quatro vezes mais chances de serem mortos pelas forças de segurança (Anuário Brasileiro de Segurança Pública), pois são os principais alvos da violência policial (cerca de 80%, pelo 35º relatório da Human Rights Watch).

Os dados tornam ainda mais impressionante a indiferença política e social diante da gravidade das questões étnico-raciais pendentes no país. Até quando?


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