Após Ana Cristina ter se livrado das ações, sua defesa de solicitou à 12ª Vara Federal do Distrito Federal o desbloqueio dos valores de suas contas na Suíça para, então, poder repatriar o dinheiro ao Brasil. O argumento é que ela foi absolvida no caso e, por isso, não deveria permanecer como alvo do bloqueio. Ainda não houve decisão da Justiça.
Em seu pedido de repatriação à Receita Federal, ela declarou possuir duas contas no banco Credit Suisse, em nome de empresas offshore, que totalizam US$ 12 milhões. O valor convertido em reais na sua declaração do Imposto de Renda foi de R$ 58 milhões.
Para trazer esses valores ao país, ela terá que pagar impostos e multa no valor total de R$ 17 milhões, conforme os cálculos da Receita.
Ao longo das investigações, sua defesa negou que ela tivesse recebido pagamentos de propina em contas no exterior.
O programa de repatriação de valores no exterior foi criado na gestão do então presidente Michel Temer (MDB), em 2016. Uma das condições para a repatriação dos valores, entretanto, seria que tivessem origem lícita. Em uma das ações movidas pelo MPF, Temer chegou a ser denunciado em conjunto com o almirante Othon e Ana Cristina sob acusação de recebimento de propina, mas todos foram absolvidos.
Caso a 12ª Vara Federal do DF autorize o desbloqueio das contas dela no exterior, os valores não ficam imediatamente liberados porque estão ainda bloqueados em outros dois processos em tramitação contra ela, na Justiça Federal do Rio de Janeiro.