Nelson Silveira, consultor sênior com mais de 20 anos de experiência na indústria da mobilidade, analisa as consequências desse cenário.
“Políticas que impeçam o avanço tecnológico rumo à economia ‘verde’ e que imponham barreiras físicas (‘fechar fronteira’) e econômicas, têm como consequências atrasar o desenvolvimento, comprometer a sustentabilidade dos negócios e gerar inflação”, explica.
A indústria automobilística chinesa tem dado grandes avanços no desenvolvimento de veículos elétricos e fontes de energia renovável. O país, que já lidera a produção de veículos elétricos (EV), se destaca pelas inovações tecnológicas, que são cada vez mais eficientes e acessíveis.
Em um cenário onde os Estados Unidos impõem barreiras ao comércio de tecnologias, a China se posiciona como uma ameaça crescente à liderança americana no setor automotivo.
Segundo especialistas, com a aproximação geográfica e as estratégias agressivas de vendas, marcas chinesas poderão conquistar com mais facilidade mercados na América do Sul, incluindo o Brasil, como tem acontecido, se o governo americano optar por isolar-se dessa evolução tecnológica.
Para o consultor Cassio Pagliarini, as barreiras que poderão ser impostas à China, de alguma forma, teriam consequências ao Brasil.
“Se as barreiras fiscais forem colocadas contra China, o Brasil tem a possibilidade até de exportar componentes automotivos que seriam fornecidos pela China e poderiam ser fabricados aqui no país. Tudo depende do formato da legislação que será publicada nos EUA”, avalia Pagliarini. Essa é uma estratégia que já está em construção no México.