Eles são conhecidos por imagens queimadas na retina, de tão reproduzidas, compartilhadas, fetichizadas. Mas o mercado de arte sempre tem seu jeitinho de pôr em foco as mesmas coisas por outras lentes, mais caras e melhores. Uma nova galeria paulistana, que abre as portas no mês que vem, tem um elenco arrasador de grandes criadores de imagens, com a diferença que o que estará à venda ali são impressões vintage, ou seja, revelação e ampliação feitas pelos próprios autores do clique em questão. Parece frescura, mas faz muita diferença.
“Pares Ímpares”, a mostra inaugural da MaPa FOTO, casa que abre as portas na zona oeste paulistana, tem um “dream team” de autores consagrados por um olhar potente, para não dizer sexy, aquilo de ser vidrado em beleza, coisa tão em falta em tempos tão distópicos.
Vai de Alair Gomes, o maior mestre da fotografia homoerótica nos trópicos, o autor de flagras desconcertantes de garotos pegando onda na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, a Helmut Newton, gigante da fotografia de moda que roçou suas objetivas nas curvas das maiores top models da história, a Otto Stupakoff, um dos mais ousados, surrealistas —por que não?—, criadores da imagética fashionista do país, artista íntimo das estrelas da bossa nova, das divas que os inspiraram e de uma noção cênica ímpar, cortes cinematográficos enquadrando as mais belas mulheres nos mais lindos lugares.
Os nomes por trás do novo negócio são Marcelo Pallotta, dono de outra galeria, a MaPa, numa travessa da rua Augusta que é referência em artistas mulheres de enorme relevância histórica, porém esquecidas na tempestade voraz do mercado, Fernando Costa Netto, galerista conhecido por sua representação da obra de grandes fotojornalistas, e Chico Lowndes, produtor e agitador cultural da cena paulistana.
BALADA VIP O início deste ano também marca uma troca de comando na relação entre o conglomerado das maiores feiras de arte do mundo e os super-ricos do país. Sai Ricardo Sardenberg, por uma década o “liaison VIP” da Art Basel junto aos endinheirados dessas bandas, e entra Vivian Bernfeld no comando dessas operações.
Ela já trabalhou na Fundação Bienal de São Paulo, liderou a estratégia de aquisições de uma das maiores coleções privadas brasileiras, dos colecionadores Ricardo Steinbruch e Susana Steinbruch, e hoje trabalha na galeria Vermelho, uma das casas mais respeitadas de São Paulo, conhecida pela representação de artistas latino-americanos.
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