A quantidade de retrospectivas e contextualizações passou a impressão de que não está acontecendo nada de realmente interessante na casa. Nada foi importante para a construção da grande trama da temporada até agora -ela simplesmente não existe ainda.
É possível argumentar que o programa acabou de começar, mas 10 dias em 2025 é praticamente o infinito. Existir não é suficiente. A disputa não é só pelos likes, mas também pelo rancor, pela preocupação e pelos debates acalorados.
Trump acaba de tomar posse e agora o mundo aprofundará seu ritmo frenético graças a medidas polêmicas e polarização nas redes sociais. Ninguém aprendeu tanto com os desafios da economia da atenção quanto os políticos.
Em um contexto no qual o algoritmo do TikTok mudou o panorama do consumo de conteúdo. Somos capazes de ficar horas recebendo estímulos de dopamina em vídeos aleatórios para nem lembrar do que acabamos de assistir logo na sequência.
O único participante recente que parece ter entendido a urgência das emoções imparáveis foi Davi Brito, o principal responsável pelo sucesso do BBB 24. Mesmo quando o reality não demandava, ele tratava de entregar.
Pois é preciso demandar. A produção do programa precisa compreender a equação que norteia a sociedade civil. Um show às quartas não é suficiente. Decisões repetitivas e protocolares não são suficientes. O elenco precisa de um chacoalhão diário, tanto quanto o público.