O café, que já está pressionado devido às recentes quedas de produção e elevação de preços, volta a ter uma safra ainda menor no Brasil, o principal produtor mundial.
Na primeira avaliação da safra 2024/25, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê uma safra total de 51,8 milhões de sacas. Se confirmado, esse volume ficará 4,4% abaixo dos 54,2 milhões da safra anterior.
Normalmente, 2025 já seria um período chamado de bienalidade negativa. O café tem um ciclo bienal que alterna um ano com grande florada e outro com uma florada menos intensa.
Esse ciclo permite que a planta se recupere para produzir mais na safra subsequente. O clima, com tantas variações nos anos recentes, no entanto, vem interferindo nesse processo de bienalidade.
Neste ano, há uma queda na produção de café arábica, o de maior volume produzido pelo país, e uma recuperação na de conilon. A safra de arábica vai render 34,7 milhões de sacas, 12,4% a menos do que na anterior. Já a de conilon sobe para 17,1 milhões, com aumento de 17,2%.
Com preços compensatórios, a área de café em formação sobe 11% neste ano, para 391 mil hectares. Minas Gerais, maior parque cafeeiro do país, tem crescimento de 18% nessa área em formação. Já Goiás e Rondônia aumentam o espaço em 18% e 23%, respectivamente.
Folha Mercado
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A área atual em produção, no entanto, recua para 1,85 milhão de hectares, 1,5% a menos do que na safra anterior. Bienalidade negativa, restrição hídrica e altas temperaturas trouxeram a produtividade para 28 sacas por hectare, em média, 3% a menos.
A redução de oferta do produto no Brasil é mais um fator para a continuidade dos preços elevados do café. Conforme dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os estoques finais de safra, que eram de 37,5 milhões de sacas na safra 2020/21, devem fechar a de 2024/25 em 20,9 milhões.
A produção mundial deste ano se recupera, em relação à anterior, somando 174,9 milhões de sacas, mas ainda é inferior aos 176,6 milhões de há quatro anos.
A escassez de produto no campo força uma alta de preços para patamares recordes. A saca de café arábica está próximo de R$ 2.400, conforme cotações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e a de conilon chegou a R$ 2.100.
O café parou de subir nos supermercados, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Na primeira quadrissemana deste mês, a alta acumulada em 30 dias era de 10%. Na terceira, acumulou 7,4%. A bebida fechou o ano de 2024, no entanto, com aumento de 43,3% em São Paulo.
Azeite de oliva
Portugal apoia o acordo Mercosul-União Europeia. O país espera elevar as vendas de azeite de oliva e de vinho para o Brasil e demais países da região.
Azeite de oliva
Produto não vai faltar, uma vez que os portugueses produziram 19% a mais, e os preços estão com queda de 29%.
Líder
O Brasil importou 110 mil toneladas de azeite em 2022. Falta de produto e preços elevados fizeram o país reduzir as compras para 77,5 mil no ano passado.
Líder 2
Deste volume, Portugal forneceu 46 mil toneladas, se consolidando como o maior exportador para o Brasil.
Rumo à Rússia
A ApexBrasil desembarca em Moscou no início do próximo mês para a feira ProdExpo. Com empresas de diversos setores alimentares, o Brasil quer aumentar a relação comercial com os russos e países vizinhos.
Rumo à Rússia 2
No ano passado, as exportações brasileiras para a Rússia atingiram US$ 1,38 bilhão em alimentos e produtos relacionados ao setor, acima do US$ 1,24 bilhão de 2023. Esse volume, no entanto, ainda é inferior ao US$ 1,8 bilhão de 2022.
Na lista
Soja, café, açúcar e frutas estiveram nessa lista de produtos exportados. Já as importações brasileiras se concentram em trigo e em adubo, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Adubo
Após um recorde de US$ 5,6 bilhões exportados em fertilizantes para o Brasil em 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia, os russos venderam o correspondente a US$ 3,7 bilhões desse insumo aos brasileiros no ano passado.
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