São Paulo
Sempre gostei da Fernanda Paes Leme. Não a conheço pessoalmente, mas tenho um afeto especial por ela e seu incrível poder de despertar sorrisos toda vez que a gente a vê.
Fernanda tem aquela cara boa das pessoas verdadeiras, de bem com a vida, do tipo que jamais faria mal a ninguém. Deve ser de família, porque eu também acompanhava o pai dela no Twitter, o jornalista esportivo Álvaro José, um cara muito legal. Fernandinha sangue bom!
Assim como seus outros cinco milhões de seguidores, acompanhei seu namoro, noivado, casamento, gravidez e a chegada de sua graciosa filha com Victor Sampaio, Pilar, carinhosamente conhecida como Pipa.
Mesmo sem a conhecer pessoalmente, sei tudo de sua vida, porque vivemos todos assim na era digital, na sociedade do espetáculo, publicando nossos passos, intimidades, numa espécie de existência compartilhada.
Pessoas públicas como ela entendem que têm um compromisso com sua audiência, a mesma que aplaude e prestigia suas atividades profissionais. Exatamente por ter esse entendimento, Fê Paes Leme fez um comunicado oficial sobre a decisão do casal em se separar, que pegou quase todo mundo de surpresa.
O texto é muito honesto. Ela diz que refletiu muito sobre ter esse ‘papo’ público com seus fãs, que não queria se alongar nem ser superficial e que não houve ‘agente externo’, indicando que foi algo decidido entre eles dois, sobre o que aconteceu com o relacionamento deles.
Fê também fala de amadurecimento, de ter lutado contra a ruptura quando perceberam que algo havia acabado, mas de ter feito a escolha de buscar o que ela quer e precisa, porque foi criada assim, para não viver de aparências. Mas, o que fez o casamento acabar?
Todo mundo que se casa tem um projeto, um sonho de ficar junto. Ela mesma diz que ficou triste ‘por algo que se rompeu’. Depois de ler, comecei a olhar as publicações de cada um em busca de detalhes, de olhares, para compreender com a alma, o que pode ter acontecido. Tentei, pela minha experiência amorosa de encontros e desencontros, me reconhecer naquelas imagens. Mas não estava nas fotos. Estava no texto dela mesmo.
A frase que me saltou aos olhos foi: “Deu muito certo. Porque dele veio nossa filha, nosso laço, e é por ela que a gente decidiu ser feliz, longe de uma rotina juntos que estava se tornando incompatível com nossas necessidades”. Eles não estavam mais felizes, nem individualmente nem juntos.
O que havia era uma rotina, um ‘estar junto’. Mas estar fisicamente junto com alguém não quer dizer nada se um não é mais capaz de fazer o outro feliz. E, como ela disse, as pessoas têm necessidades. E essa é a palavra-chave.
Foi o grande criador da Comunicação Não-Violenta, Marshall Rosenberg, quem ensinou ao mundo que todas as ações humanas são tentativas de atender a nossos desejos e necessidades fundamentais. “Um desejo é a vida se expressando”. Marshall identificou que todos nós precisamos de Sustento, Segurança, Amor, Compreensão, Empatia, Criatividade, Diversão, Pertencimento, Autonomia e Propósito.
Um relacionamento a dois não supre todas essas necessidades, mas algumas são essenciais na relação. Quando nos faltam, saímos para buscá-las.
Então, vai lá, Fê. Vai buscar seus desejos, atenda ao chamado das suas necessidades, corra atrás dos seus propósitos, dos seus sonhos, da sua felicidade! Vai que a gente vai junto com você! Porque se esse casamento teve um fim, seu casamento com sua legião de admiradores continua firme e cheio de amor.