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Contudo, apesar dessa maior competição, a executiva afirma que a mídia continua com a sua relevância dentro da vida das pessoas. Em média, os brasileiros escutam a 3 horas e 55 minutos de rádio, de forma espalhada em diversos momentos do seu dia, alcançando 79% da população. “A mobilidade do rádio é um fator essencial. Ele acompanha o ouvinte no transporte público, na rua, durante a prática de esportes”, diz Adriana.

Na Mix, Marcelo Camargo explica que, embora a transmissão tradicional ainda seja predominante, o digital ganha cada vez mais espaço —especialmente entre as novas gerações. “Eu tenho um filho de 8 anos. Ele não sabe o que é um aparelho de rádio, mas ouve rádio todo dia”, compartilha o diretor.

Tanto é que, se você reparar bem, já houve uma transformação prática nas emissoras: uma parte delas deixou de trazer em seus logos o número da frequência, antes um dado importantíssimo a ser divulgado. “O nosso novo posicionamento é de plataforma de geração de conteúdo. Quando eu falo da marca Mix, ela pode ser consumida de qualquer lugar”, esclarece Camargo. De acordo com a empresa, há, em média, 50 mil ouvintes simultâneos por meio de seu aplicativo digital, entre 8h e 19h.

Locutora Gisa ao vivo na Mix: rádio é só ou imagem?
Locutora Gisa ao vivo na Mix: rádio é só ou imagem? Imagem: Reprodução YouTube/Mix

Essa tendência, inclusive, está deixando cada vez mais tênue a linha entre áudio e vídeo. Estações agora transmitem com imagem na internet —em um movimento que começou com uma câmera discreta no canto do estúdio, mas que hoje coloca o locutor no centro do enquadramento. Isso acontece nos mais diversos segmentos, do jovem ao de notícias, passando pelo popular e o adulto contemporâneo. Na visão de Marcelo Camargo, isso transformou os locutores em profissionais de comunicação que precisam trabalhar a própria imagem, inclusive nas redes sociais, e criar engajamento com os fãs.

Competição ampla

Se a internet traz novas formas de consumo, ela também traz novos competidores. Hoje, podemos ouvir podcasts (muitos no formato ao vivo) que são totalmente nativos da internet, como o Flow e o Podpah. E mesmo quem gosta de rádio pode ouvir estações de todo o mundo, como a californiana Kiis FM, sem qualquer barreira geográfica. Para quem quer ouvir apenas músicas, há o acesso a plataformas como Spotify e Deezer.

No entanto, Adriana Favero, da Kantar Ibope, vê ainda muito espaço para as emissoras brasileiras. “O que diferencia muito é a conexão local e imediata com o ouvinte. A presença de locutores, informações ao vivo, programação que atende locais e atualidades são aspectos que as plataformas de streaming ainda não conseguem replicar.”