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Qual foi o impacto da história de Zumbi dos Palmares na sua vida e carreira?

A história de Zumbi dos Palmares teve um impacto profundo em minha vida e carreira. A história dele foi uma referência para que eu pudesse me sentir pertencente e reconhecido e enxergar como tudo foi nos tirado. Em 1972, ao entrar em contato com essa história, compreendi meus incômodos em relação à desigualdade racial, à falta de democracia, à diversidade sexual e à violência policial contra a juventude negra. Essa compreensão me impulsionou a buscar minhas raízes na África, mais especificamente em Angola. Foi a história dele que me fez enxergar a necessidade de estar ali presente e lutando nesse processo de mudança e transformação.

Como é ser visto como alguém que pensa e luta para a Consciência Negra todos os dias?

É um desafio constante, mas desde muito cedo eu vivo para isso, para fazer com que as pessoas pretas se enxerguem, se sintam acolhidas e pertencentes. Já vivi e senti muitas coisas na minha trajetória apenas pela minha cor que não desejo a ninguém, e é por isso a minha luta. Enfrentar a invisibilidade, a falta de oportunidades, o preconceito e o racismo. Tudo isso me motivou também a participar do teatro e do primeiro movimento de que fiz parte, o Cacupro.

Como suas vivências nas periferias de São Paulo e a ancestralidade dos quilombos influenciaram sua trajetória como pesquisador e artista?

Minhas vivências nas periferias de São Paulo e a ancestralidade dos quilombos influenciaram minha trajetória como pesquisador e artista de maneira significativa. Como artista, minha jornada começou com a peça “Sinfonia Negra” em Campinas, com o grupo Evolução. Mesmo morando na periferia, tive contato com diversos escritores que me proporcionaram conhecimentos sobre o que era ser negro e a luta antirracista, como Dr. Milton Santos, Prof. Carlos Moura e Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos, entre outros ativistas.