A Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia formal em que acusa Jair de ser Bolsonaro. “Foi o trabalho mais fácil da minha vida. Minha tarefa foi apenas pedir pro estagiário juntar todas as provas impressas e auditáveis que o próprio Bolsonaro gerou”, explicou Paulo Gonet, enquanto bebia uma água de coco e esticava os dedos dos pés.
O estagiário afirmou ter provas de que Jair já é Bolsonaro há muito tempo. “Ia ficar um relatório muito grande, mas a gente tem as provas organizadinhas por ordem cronológica”, explicou.
Gonet e seu estagiário não descartam a possibilidade de reunir o vastíssimo acervo numa exposição imersiva. “Temos documentos, vídeos, áudios, fotos, pinturas a óleo, colagens e projeções que ilustram a vocação golpista de Bolsonaro ao longo dos anos”, explicou o procurador. Em seguida, enquanto lixava as unhas, Gonet negou ter recebido convites para expor a coleção no Museu D’Orsay. “Nossa ideia é circular com a coleção pelos centros culturais brasileiros”, sublinhou.
Entre as peças de destaque estão os croquis impressos e auditáveis que Bolsonaro desenhou na década de 80 indicando um plano para colocar bombas em quartéis e no sistema de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Historiadores caracterizam esses trabalhos manuais como exemplos da “fase pré-golpista” de Jair.
A década de 90 teve ares mais impressionistas. O acervo oferece materiais com recursos multimídia que prometem encantar os jovens. O artista gráfico Batman Zavareze foi convocado para criar texturas visuais para as imagens de Jair defendendo o fechamento do Congresso, o assassinato de Fernando Henrique Cardoso e a morte de 30 mil pessoas.
A artista e muralista RafaMon foi convidada para grafitar uma parede de 171 metros na Embaixada da Hungria. O desenho será inspirado na estética do Powerpoint que Jair exibiu para embaixadores em 2022 com informações dadaístas sobre as urnas eletrônicas. A expressão “brienfing” terá destaque em neon.
Gonet estuda ainda encomendar ao artista Vik Muniz uma série de pinturas e colagens inspiradas na estética minimalista da minuta do golpe. Em paralelo, Bia Lessa deve ser chamada para dirigir a encenação que vai recriar, de forma lúdica, a invasão de 8 de janeiro.
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