O acadêmico Marco Antônio Sousa Alves, da Universidade Federal de Minas Gerais, contou que havia obtido uma bolsa para trazer um professor americano para sua instituição.
Censura prévia
Antes do cancelamento, o pesquisador relata a tentativa de censura do projeto. No texto proposto pela entidade americana sobre como deveria ser conduzido a pesquisa, estavam cortados termos como “direitos humanos e civis”, “opressão de gênero e raça” e a constatação do “fortalecimento da extrema direita e a crise de princípios democráticos”.
Ficaram ainda barrados conceitos como “o crescimento da população encarcerada e suas implicações racistas”, “crescimento das desigualdades”, e “crescimento das práticas de vigilância e segurança que violam os direitos civis e políticos fundamentais”.
Sousa Alves, segundo-vice-presidente do Sindicato dos Professores da UFMG, indicou que o tema da censura deve entrar na pauta da entidade nos próximos dias para avaliar como será a reação.
Os termos vetados são os mesmos que foram designados na Fundação Nacional de Ciência dos EUA como áreas que devem ser evitadas para que os fundos continuem a ser desembolsados.
Na ofensiva cultural e de valores do governo de Donald Trump, decretos foram assinados ordenando o fim de políticas de diversidade, o estabelecimento do sexo biológico como a única referência oficial e a abolição de projetos de combate ao racismo ou sobre saúde sexual e reprodutiva.