Os jogadores de alto calibre se manifestaram dizendo que o campo artificial piora a qualidade do jogo. É outro tipo de futebol, pior.
Tentou-se desvirtuar a discussão para um debate científico sobre lesões, mas, na realidade, a crítica era ao impacto nocivo no futebol eno produto.
Como bem escreveu Carlos Eduardo Mansur, no Globo Esporte, a questão é se o Brasil quer se alinhar com a elite do mundo, que não atua em campos sintéticos. E é a elite que produz os melhores jogos e logo os campeonatos mais atrativos. De novo, o argumento lá de cima, tirar o sintético melhora a arrecadação a longo prazo.
Haverá prejuízo, especialmente do Palmeiras, é um fato. O clube terá mais jogos fora de casa e ganhará menos com o show. Ora, mas se exigiu-se um sacrifício do Flamengo, por que o Palmeiras também não deve ter perdas também pela melhora do produto? Por que o Botafogo não precisará reduzir os shows no Nilton Santos por um Brasileiro de melhor qualidade?
E não se deve concentrar a questão no Palmeiras. Todos os clubes terão de fazer sacrifícios ao investir de fato em um gramado decente, que custa caro. O Flamengo e Fluminense, por exemplo, terão de reduzir o número de jogos no Maracanã, pois é inviável manter um gramado bom com essa carga de partidas. Quanto ao investimento, é preciso gastar, sim, como fez o Corinthians na Neo Química para a Copa do Mundo.
É possível, sim, se pensar em um fundo com esse fim, seja coordenado pela CBF ou melhor ainda por uma futura liga. Vai custar dinheiro, e tem que ser obrigatório.