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Eu nunca imaginei que ser mulher e ser de direita me tornaria um alvo. Cresci ouvindo que o feminismo lutava por todas nós, que estávamos juntas contra qualquer forma de opressão. Mas a verdade bateu na minha cara quando percebi que essa sororidade tinha um asterisco.

A primeira vez que senti isso foi quando comecei a falar abertamente sobre meu posicionamento político. Não ataquei ninguém, não diminuí conquistas femininas, apenas me declarei uma mulher empreendedora, que acredita no mérito e no esforço individual. Foi o suficiente para ser chamada de alienada, vendida e até de “cavalinha do patriarcado” –um termo tão machista quanto os que dizem combater.

E aí vem a pergunta: por que a mulher que pensa diferente se torna inimiga?

Se o discurso é sobre liberdade, por que essa liberdade só vale se você repete a cartilha? Ser mulher nunca foi sinônimo de pensar igual. Mulheres têm suas histórias, valores, crenças. Mas dentro de certos círculos, parece que só há um jeito aceitável de ser mulher: aquele em que você precisa odiar o capitalismo, tratar homens como vilões e enxergar o empreendedorismo como exploração.

Os dados são claros: segundo um estudo do Pew Research Center, nos EUA, o número de mulheres conservadoras cresceu nos últimos anos, especialmente entre as mais jovens e empreendedoras. São mulheres que não rejeitam os avanços femininos, mas que acreditam na autonomia individual e não querem ser encaixadas num único molde.

Mas quando uma mulher “sai da linha” e diz que prefere um caminho diferente, o que acontece? Tentam silenciá-la. E o machismo muitas vezes vem de onde menos se espera.

E ser chamada de “burra”, “submissa” ou “traidora” por homens de esquerda foi uma experiência interessante –e irônica. Afinal, não eram esses os caras que diziam apoiar as mulheres? Mas parece que esse apoio some quando a mulher decide pensar diferente.

Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil. Nos EUA, Candace Owens, empresária e ativista, passou pelo mesmo. Foi cancelada, atacada e ridicularizada por não seguir o roteiro esperado de uma mulher negra. No Reino Unido, empresárias como Karren Brady e Michelle Dewberry são alvo de ódio simplesmente por defenderem o mercado e a liberdade econômica.

O que tudo isso tem em comum? O crime dessas mulheres não foi serem incompetentes ou irresponsáveis. Foi apenas não repetirem um discurso pré-aprovado.

Então, quem realmente quer a liberdade das mulheres?

O que vejo hoje é que as verdadeiras rebeldes são aquelas que ousam pensar por si mesmas. Antes, ser feminista era desafiar o sistema. Hoje, desafiar o feminismo tradicional é o verdadeiro ato de rebeldia.

Se ser mulher de direita significa não poder ser ouvida, não poder ser defendida, não poder ter voz sem ser ridicularizada, então a pergunta é: quem realmente quer a liberdade feminina?

Porque, no fim, liberdade de pensamento não tem lado. Ou pelo menos, não deveria ter.


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